Curitiba registrou mais três mortes nas últimas 24 horas por conta do coronavírus. O comunicado foi feito nessa sexta-feira (dia 12) pela secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak, e pela médica infectologista Marion Burger, em entrevista coletiva. Outro dado importante é que a média diária de novos casos triplicou.
Além de apresentar os dados, as duas fizeram duras críticas a pessoas que testaram positivo para a Covid-19 e, mesmo assim, continuaram desrespeitando o isolamento.
A PANDEMIA EM CURITIBA
Casos e mortes por conta do coronavírus
74 mortes
1.718 confirmados
2.403 casos descartados
308 casos suspeitos
1.248 recuperados
Os três mortos das últimas 24 horas são duas mulheres e um homem. Uma das mulheres tinha 64 anos e doenças neurológica, cardiovascular e hipertensão; a outra, de 89 anos, tinha hipertensão, diabetes, doença cardiológica e alzheimer. Já o homem de 52 não apresentava doença prévia.
Nas últimas 24 horas, foram mais 53 casos confirmados de pessoas que residem em Curitiba. Com isso, o total é de 1.718 casos de casos confirmados desde o início da pandemia. “Desse total, 491 precisaram ficar internadas em algum momento”, informou Marion Burger.
A taxa de ocupação das UTIs em Curitiba é de 69%, a maior desde o início da pandemia. Atualmente, 155 pacientes confirmados com a covid-19 estão internados em hospitais públicos e privados da capital paranaense, 65 deles em UTI.
TRIPLICANDO
“Triplicamos o número de casos de uma semana para cá”, lamentou a secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak. “Até 28 de maio, a média era de 12 casos por dia. A partir de então, número de casos triplicou. E o número de óbitos quase duplicou”, comentou. “Hoje é um dia difícil numa semana difícil. Estamos numa situação difícil em Curitiba”, disse.
BRONCA
A secretária da Saúde também deu uma bronca nas pessoas que não estão levando a pandemia a sério. “Talvez as pessoas se cansaram de ficar em casa e estão banalizando, não estão acreditando. Mas é muito sério. Não tem um milagre que vai colocar o vírus para fora de Curitiba. A situação está se agravando rapidamente”, criticou. “Quem apresenta os sintomas tem que ficar em isolamento desde o primeiro momento. E temos relatos de gente que testou positivo e mesmo organizou jantar. Gente que testou positivo e continuou trabalhando, como se nada fosse. Temos profissional da saúde que testou positivo e continuou atendendo. É muito grave. Isso não pode. Isso é um crime de saúde pública. E as pessoas podem ser responsabilizadas”, lamentou. “Tem casos que só indo com a polícia e levando preso. É crime”, desabafou.
“Temos um caso de pessoa que estou positivo e, quando ligamos para ela, ela estava no mercado. Isso não pode. Isso é muito grave”, disse. “Não existe vida normal. Estamos em alerta máximo. O vírus está se reproduzindo muito rapidamente”, alertou. “Os casos na rede privada aumentaram muito. Há UTI lotadas”, avisou.
No fim, a secretária da Saúde afirmou que Curitiba pode anunciar providências. “Teremos que tomar medidas importantes para a próxima semana”, declarou.