A preocupação com a saúde mental também está no meio corporativo. O livro “Psicologia Organizacional e do Trabalho: Teoria, Pesquisa e Prática“, de Paulo Sampaio e António Caetano, define a Psicologia Organizacional como uma subárea da Psicologia que se concentra no estudo do comportamento humano no ambiente de trabalho e na relação entre indivíduos e organizações.

Segundo a obra, a psicologia organizacional é uma disciplina que busca compreender as interações entre indivíduos e organizações, com o objetivo de aumentar a eficácia do trabalho, a satisfação dos funcionários e o sucesso das empresas, utilizando de teorias, técnicas e métodos da psicologia e de outras áreas afins, como a administração, a economia e a sociologia.

A psicologia organizacional é tão importante, que pode virar lei. O Projeto de Lei n° 642, de 2022, da senadora Rose de Freitas (MDB/ES), pretende acrescentar o art. 168-A à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que foi aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Esse PL (Projeto de Lei) dispõe sobre a disponibilização de psicólogos em empresas que possuírem cem ou mais empregados. 

Segundo o texto, o psicólogo poderá colaborar na alocação correta dos profissionais, permitindo que eles possam atuar com o uso de todo o seu potencial e de sua capacidade. O especialista em liderança e desenvolvimento de pessoas, Ronan Mairesse, comenta que costuma dizer que as pessoas vivem em um mundo dinâmico, veloz e incerto. “A pressão pelos resultados e a velocidade em que as transformações acontecem fazem com que líderes e equipes tenham oscilações de humor no dia a dia de trabalho”, explica.

A importância da Psicologia Organizacional 

A psicologia organizacional é indispensável para promover um clima organizacional favorável, afirma Mairesse. Ele cita a criação de ações estratégicas, que visam o desenvolvimento de pessoas, solução de conflitos, e melhoram o bem-estar dos colaboradores dentro das organizações. “O desenvolvimento de pessoas tornou-se algo essencial dentro das organizações”, completa.

Empresas que desejam crescer precisam encontrar maneiras cada vez mais eficazes de recrutar, desenvolver e manter talentos dentro de seu quadro de colaboradores, aconselha o especialista. “Líderes estão sendo treinados a lidar com os ‘high potencials’, que são aquelas pessoas que demonstram alto nível de contribuições na rotina de trabalho e podem ser identificados muito cedo para assumir outra posição no futuro”, explica.

O especialista diz que o psicólogo organizacional pode fazer testes para avaliar os high potentials (talentos) e oferecer feedbacks, que ajudem os funcionários a superar adversidades e a se desenvolverem pessoal e profissionalmente. Além disso, os talentos apesar de terem diversos “soft skills”, que os diferem dos outros, precisam ser lapidados e trabalhados pela liderança.

O psicólogo no meio corporativo

Ronan Mairesse explica que o potencial de funcionários pode ser atingido com o auxílio do departamento de recursos humanos, principalmente com a ajuda de psicólogos organizacionais. “Eles são capazes de acolher e fazer com que essas pessoas sintam-se compreendidas e representadas quando as coisas não saem da maneira que eles e a liderança esperavam”.

O livro “Psicologia Organizacional e do Trabalho: Teoria, Pesquisa e Prática”  destaca que  a psicologia organizacional é uma área interdisciplinar e que sua atuação é cada vez mais importante, diante das transformações do mundo do trabalho e da crescente demanda das empresas por profissionais qualificados e motivados. 

O especialista ressalta que o fato de desenvolver os talentos existentes e ter um setor de recursos humanos estruturado com o psicólogo organizacional contribui para uma seleção e contratação de pessoas de maneira estratégica. Além disso, esse profissional oferece testes capazes de aumentar a percepção sobre o verdadeiro comportamento do candidato.

Por meio do psicólogo, Mairesse diz que as corporações podem encontrar pessoas que tenham maior probabilidade de ter as competências emocionais, sociais e mentais ligadas a personalidade, que são as “soft skills”. “Esses aspectos podem ser potencializados com os valores e a cultura da empresa aumentando assim a produtividade, a percepção de bem-estar  e diminuindo o turnover dentro da organização”, completa.

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