Diversidade regional no jornalismo. É com este propósito que a Cajueira, curadoria do jornalismo independente nos estados do Nordeste, lança o primeiro banco de fontes e de jornalistas nordestinos do Brasil. A ferramenta reúne contatos de mais de 2 mil especialistas da região, que poderão ser consultados por estado e por área de interesse.

O banco de fontes foi construído com indicações de universidades públicas nordestinas. O projeto é colaborativo. Ou seja, as pessoas podem indicar novos  nomes para compor o banco, que continuará crescendo.

“Não existem cientistas ou economistas apenas no Sudeste, mas quando você lê o jornal ou liga a TV, percebe que a grande mídia não consulta pesquisadoras e pesquisadores nordestinos. O banco de fontes nordestinas é uma iniciativa que vai ajudar profissionais de imprensa do país inteiro a trazer mais diversidade regional nos seus conteúdos”, explica a cofundadora da Cajueira, Mariama Correia.

O banco de fontes integra uma plataforma, chamada Rede Cajueira, que será lançada no dia 23 de novembro, em evento online, às 19h. A Rede Cajueira ainda agrega um banco de jornalistas, com contatos de profissionais da comunicação baseados no Nordeste e também é um agregador de notícias dos veículos de jornalismo independente da região. A curadoria da Cajueira já mapeou mais de 100 iniciativas de mídia independente no Nordeste.

O lançamento da Rede Cajueira marca os três anos de existência da Cajueira, criada pelas jornalistas nordestinas Joana Suarez, Mariama Correia, Mariana Ceci e que conta com a jornalista Jayanne Rodrigues no comando do Cajuzap. A plataforma se soma a vários produtos lançados ao longo deste período.

A Cajueira começou com uma newsletter quinzenal, que faz a curadoria dos conteúdos produzidos por veículos de jornalismo independente dos estados do Nordeste e já tem mais de 5 mil assinantes. O segundo produto foi o Cajuzap, com  notícias em áudio distribuídas de forma acessível pelo WhatsApp.

Junto com nove iniciativas de jornalismo independente nordestinas, a Cajueira também lançou o Lume, um aplicativo de acessibilidade no jornalismo. Em 2023, a curadoria colocou no ar o Mapa Cajueira que, de forma interativa, mostra todos os veículos independentes catalogados pela curadoria nos estados nordestinos.

Em breve, a Rede Cajueira também passará a ofertar cursos na área de comunicação. A ideia é que os conteúdos sejam desenvolvidos de forma colaborativa com outros os veículos independentes do Nordeste, promovendo tanto o desenvolvimento dos projetos pela oferta de conteúdos formativos quanto pela possibilidade de geração de renda.

“Queremos promover a colaboração e o crescimento simultâneo das iniciativas de jornalismo independente nos nove estados da região”, afirma a jornalista e cofundadora Joana Suarez. Essa lógica de colaboração permeia todos os projetos da Cajueira, inclusive a própria constituição da Rede Cajueira, que tem um conselho consultivo de veículos nordestinos. O projeto tem financiamento do programa de aceleração de negócios digitais do International Center for Journalists (ICFJ) e Meta e apoio institucional da Ajor. 

Para participar do lançamento da Rede Cajueira e saber mais sobre o projeto, basta acessar o link https://us05web.zoom.us/j/86062367768?pwd=PziDsSf0adQYBMX62OZG3wQeglXZRU.1

(ID da reunião: 860 6236 7768 ; Senha: u00hAR) a partir das 19 horas do dia 23. O evento será online e aberto ao público.

SOBRE A CAJUEIRA

A Cajueira nasceu com o propósito de mostrar um Nordeste mais amplo do que as coberturas da grande mídia é a maior missão da Cajueira e de todos os produtos que ela lançou desde que surgiu. “Nosso trabalho de curadoria, seja por meio da newsletter, do Cajuzap, do Mapa Cajueira e, agora, da Rede Cajeuira, valoriza o que é produzido pelo jornalismo independente em cada estado, mostrando a diversidade da região e sua capacidade de retratar a si mesma e de produzir conteúdo de qualidade e informativo”, explica Nayara Felizardo, jornalista e uma das cofundadoras da Cajueira.

Nayara lembra que os estados do Nordeste são quase sempre apresentados na mídia por imagens que remetem à miséria, seca e fome. Ou então, um lugar com belas praias onde as pessoas passam férias. “A cobertura é sempre muito limitante. Somos uma região riquíssima, temos o maior número de estados entre as regiões brasileiras e a segunda maior população do país”, pontua.

“Acredito que temos contribuído bastante para levantar o debate sobre a urgente descentralização do jornalismo no Brasil e o combate a preconceitos de origem na mídia. Quando começamos, esse era um tema que poucos veículos estavam pautando. Em três anos, temos acompanhado um fortalecimento do ecossistema de projetos independentes de jornalismo nordestinos e também um reconhecimento de veículos do eixo Sul e Sudeste de que é preciso olhar com seriedade para esses projetos. Acredito que nós temos um papel importante nisso” finaliza Mariama.

 

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