Na manhã desta quinta-feira, 1º de fevereiro, o Papa Francisco recebeu em audiência no Vaticano, uma delegação da Universidade de Notre Dame, localizada em South Bend, Indiana, nos Estados Unidos. Durante o encontro, o Pontífice proferiu um discurso e enalteceu a missão da instituição católica em promover a educação integral da juventude.

“Desde sua fundação, a Universidade de Notre Dame tem se dedicado a promover a missão da Igreja de proclamar o Evangelho por meio da formação de cada pessoa em todas as suas dimensões.”, afirmou o Pontífice, ao recordar uma frase do fundador da Congregação de Santa Cruz, que mantém a universidade:

“De fato, como disse o Beato Basil Moreau, “a educação cristã é a arte de conduzir os jovens à plenitude”. E não apenas com a cabeça, mas com as três linguagens: cabeça, coração e mãos. Este é o segredo da educação: que pense no que sente e no que faz, que sinta o que pensa e o que faz, e que faça o que sente e o que pensa. Esse é o núcleo, não se esqueça. E sobre esse assunto de conduzir à maturidade, gostaria de refletir com vocês por um momento sobre três linguagens: a da cabeça, a do coração e a das mãos. Juntas, elas formam um horizonte dentro do qual as comunidades acadêmicas católicas podem se esforçar para formar personalidades sólidas e bem integradas, cuja visão da vida é animada pelos ensinamentos de Cristo.”

Harmonia entre fé e razão

Ao falar sobre a educação da “cabeça”, Francisco destacou a necessidade de buscar o conhecimento por meio do estudo e da pesquisa acadêmica, e destacou a importância da harmonia entre fé e razão:

“Os esforços educacionais empreendidos pelas instituições católicas, de fato, baseiam-se na firme convicção da harmonia intrínseca entre fé e razão da qual decorre a relevância da mensagem cristã para todas as esferas da vida, pessoal e social. Consequentemente, tanto os educadores quanto os alunos são chamados a apreciar cada vez mais, além do valor do aprendizado em geral, a riqueza da tradição intelectual católica em particular. A tradição intelectual existe, o que não significa fechamento, não, é abertura; existe uma tradição intelectual que devemos preservar e sempre cultivar”.

O papel essencial da religião

Sobre a educação do “coração”, o Santo Padre instou a comunidade universitária a acompanhar os jovens com sabedoria e respeito, ajudando-os a cultivar uma abertura para a verdade, o bem e o belo. Ao enfatizar a importância de promover o diálogo e a cultura do encontro para construir relacionamentos genuínos e fraternos, Francisco questionou os educadores:

“Vocês ajudam os jovens a sonhar? Isso também significa promover o diálogo e a cultura do encontro, para que todos possam aprender a reconhecer, apreciar e amar a todos como irmãos e irmãs e, acima de tudo, como filhos amados de Deus. Nesse sentido, não podemos ignorar o papel essencial da religião na educação do coração das pessoas.”

Construir um mundo melhor

O último ponto que o Papa sublinhou foi a educação que acontece também através das “mãos”, e encorajou a universidade a ir além dos muros acadêmicos, incentivando seus alunos a se comprometerem com a construção de um mundo melhor:

“Não podemos permanecer fechados dentro dos muros ou limites de nossas instituições, mas devemos nos esforçar para ir às periferias, para encontrar e servir a Cristo em nosso próximo. Nesse sentido, incentivo os esforços contínuos da Universidade para promover em seus alunos o compromisso de solidariedade com as necessidades das comunidades mais desfavorecidas.”

Ao concluir, Francisco pediu aos presentes na audiência a permanecer consistentemente fiel ao caráter e identidade como uma instituição católica de ensino superior: “espero que vossas contribuições continuem a aprimorar o legado da sólida educação católica e permitam que ela seja na sociedade, como desejava seu fundador, padre Edward Sorin, ‘um poderoso meio para o bem’.”

Fonte  radio Vaticano

 

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