O volume de ações e denúncias relativas à compra de votos chamou atenção da Justiça durante as eleições deste ano em Palmas, o que poderá ter implicações nos resultados das urnas, podendo alterar composições dos Poderes Executivo e Legislativo. A análise é do juiz eleitoral da Comarca, Eduardo Resseti Pinheiro Marques Vianna, que concedeu entrevista à Rádio Club na manhã desta quarta-feira (25).
Avaliou que o pleito deste ano apresentou particularidades por conta da pandemia do novo coronavírus e também pelo uso das redes sociais nas campanhas eleitorais, com o compartilhamento de notícias falsas e realização de enquetes sem os devidos registros. “Foram inúmeras situações que serviram de aprendizado para o futuro”, considerou.
Apesar de o pleito ter ocorrido da melhor forma possível, o magistrado avalia que a classe política de Palmas, em determinado aspecto, retroagiu no processo democrático, diante do volume expressivo de ocorrências de compra de votos, muitas delas infundadas, porém, outras com indícios efetivos de crime eleitoral. “Entendo que houve um retrocesso, não da população, mas daqueles que fazem a política numa tentativa de desequilibrar o processo de forma ilegal”, aponta.
Sobre alterações no quadro de eleitos, o juiz considerou que, se houver elementos e provas de ilegalidades cometidas durante o processo eleitoral, o que está sob investigação pelo Ministério Público, há possibilidades que isso ocorra, principalmente pelos resultados apresentados nas urnas, com margens de votos consideradas pequenas.
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Por Guilherme Zimermann do Portal RBJ