Caso chamou a atenção de morador e mobilizou a polícia, que investiga. Empresa que fez o descarte diz que notas são usadas como adubo.
Cédulas rasgadas, que aparentam ser dinheiro, foram encontradas em uma área próxima à represa do Jaguari em Igaratá (SP) neste domingo (16). A polícia foi acionada por um morador que encontrou as notas espalhadas, em pequenos pedaços, em um terreno. Segundo a empresa que fez o descarte, são cédulas inutilizadas compradas do Banco Central como matéria-prima para preparo de adubo. O caso é investigado pela Polícia Civil.
O morador que achou as cédulas ragadas contou que viu um caminhão fazendo descarte de um material na área na última semana. Ele contou que os funcionários da obra contaram que a empresa fazia reflorestamento no local. “Soube que o caminhão tinha colocado sementes lá e queria saber como estava o plantio. Quando fui lá não encontrei mudas, mas achei o dinheiro. Acionei a PM porque achei estranho”, explicou Paulo Tucoser.
O suposto dinheiro foi recolhido pela polícia e será analisado. Nesta segunda (16), a perícia esteve no local. A área foi isolada durante a ação. O boletim de ocorrência foi registrado como encontro e apreensão de material.
A investigação quer identificar se as notas são reais ou falsificadas, para depois disso investigar como e porquê teriam sido descartadas na obra. A Polícia Federal foi acionada.
Adubo
Imagens da câmera de segurança da casa do morador mostram o momento em que um caminhão presta o serviço na área descarrega as cédulas.
A reportagem do G1 procurou a empresa Solum Verde, que fez o trabalho no local, e foi informada que o local recebeu um serviço de adubagem para reflorestamento, e que usa as cédulas inutilizadas, que são vendidas picadas em malotes pelo Banco Central.
Segundo a empresa, as notas são defeituosas ou descartadas por rasuras e rasgos. Elas são trituradas e misturadas a materiais orgânicos, como restos de frutas e legumes, para serem usadas como adubo. A empresa destacou que essa prática é comum e que os pedaços das notas usados no adubo são menores que um centímetro.
A reportagem questionou o Banco Central sobre a venda dos malotes e como as cédulas são selecionadas para o descarte, mas aguardava retorno até a publicação.
Do G1 Vale do Paraíba e Região