Trump foi alvo de duas tentativas de assassinatos durante a campanha. A primeira delas aconteceu em julho durante um comício na cidade de Butler, na Pensilvânia.
À época, o republicano foi baleado de raspão na orelha e deixou o local escoltado por agentes do Serviço Secreto. O atirador foi morto por oficial norte-americano.
Já em setembro, um outro atirador se posicionou próximo a um campo de golfe de Trump na Flórida. Disparos foram ouvidos no local, mas nenhum atingiu o republicano. O suspeito foi baleado e preso.
Sem citar diretamente os dois casos, Trump disse que foi salvo por Deus para que ele cumprisse sua missão na Presidência.
“Deus salvou minha vida por uma razão: para salvar nosso país e restaurar a América em sua grandeza. Vamos seguir essa missão juntos. Essa tarefa não será fácil, mas trarei toda a minha energia e minha alma para conseguir”, declarou o republicano.
A apuração dos votos ainda estava em andamento quando Trump subiu ao palco. Ele liderava a disputa no Colégio Eleitoral e no voto popular. Além disso, o jornal “The New York Times” estimava chance de vitória para ele acima de 95%.
Trump classificou sua vitória como o “maior movimento político de todos os tempos”. Ele afirmou que não descansará até devolver aos americanos uma “América segura e próspera”. O republicano também fez acenos à união nacional, pedindo que todos os americanos se juntem a ele no governo.
“Nós vamos começar a colocar a América em primeiro lugar. Juntos podemos fazer com que a América seja grande novamente. Eu não vou decepcioná-los.”
Imigração ilegal
No novo governo, Donald Trump prometeu consertar tudo o que está de errado nos Estados Unidos, começando pela fronteira e pela segurança nacional.
“E agora vamos chegar a um novo nível de importância, porque vamos ajudar nosso país a se curar. Nosso país precisa de ajuda urgente”, disse.
Ainda falando sobre imigração, Trump afirmou que os Estados Unidos precisam fechar suas fronteiras.
O presidente eleito esclareceu que isso não impede que as pessoas continuem a ir para o país, mas enfatizou que elas devem entrar de forma legal no território norte-americano.
Durante a campanha, Trump prometeu fazer a maior deportação em massa da história dos Estados Unidos. Ele também acusou países da América Central e do Sul de enviar criminosos para o território norte-americano.
Diversas vezes nos últimos meses, o republicano relacionou a imigração ilegal a um suposto aumento da criminalidade nos Estados Unidos.
No discurso, Trump prometeu que não vai descansar até devolver “a América segura e próspera que merecemos”.
Promessas e união
Donald Trump anunciou que adotará como slogan a seguinte máxima: “Promessas feitas serão cumpridas”.
O republicano prometeu que fará com que os Estados Unidos deem a “volta por cima”, com melhorias nos indicadores econômicos. Ele disse que reduzirá o déficit do governo e cortará impostos. Na área da saúde, sugeriu que o ex-candidato independente Robert F. Kennedy Jr. fará parte da gestão.
Trump também fez um aceno à união. Ele disse que recebeu uma votação expressiva de todos os segmentos da sociedade norte-americana, incluindo afroamericanos, hispânicos e árabes — que são eleitores que costumam votar nos democratas.
“Jovens, velhos, urbanos, rurais. Todos nos ajudaram hoje”, disse. “Eu peço a cada cidadão em todo o país que se junte a mim na minha jornada. É hora de unir nosso país. O sucesso vai nos unir.”
J.D. Vance e Elon Musk
Trump fez agradecimentos especiais a duas pessoas que foram essenciais na campanha republicana: ao vice na chapa, J.D. Vance, e ao bilionário Elon Musk.
Em relação a J.D. Vance, Trump disse que enfrentou certa resistência dentro do partido ao convidá-lo a ser vice-presidente na chapa republicana.
“Eu sabia que ele era muito bom, e juntos vamos fazer esse país dar a volta por cima”, afirmou.
Vance subiu ao palco e agradeceu a Trump pela oportunidade. Ele disse que os Estados Unidos testemunharam a “mais incrível volta por cima da história política americana”.
“Sob a liderança do presidente Trump, vamos lutar pelos seus sonhos, por seus filhos. Vamos fazer a maior virada econômica dos Estados Unidos”, disse Vance.
Em seguida, Trump dedicou uma boa parte do discurso para agradecer a Elon Musk. O bilionário foi um dos grandes patrocinadores do candidato republicano e chegou a sortear dinheiro para estimular eleitores.
rump chamou Musk de “supergênio” que precisa ser valorizado. Ele citou os feitos das empresas de Musk nas áreas de pesquisa espacial e tecnologia e disse que amava o bilionário.
47º presidente
Trump será o 47º presidente dos Estados Unidos. Ele será o segundo na história dos Estados Unidos a ter dois mandatos não consecutivos. O republicano governou o país entre 2017 e 2021.
Aos 78 anos, ele também deve ser o mais velho a assumir a Presidência dos Estados Unidos, superando o recorde de Joe Biden.
Também será a primeira vez que uma pessoa condenada pela Justiça governará o país. Em maio deste ano, ele foi condenado por fraude contábil ao declarar como gasto de campanha um pagamento feito a uma ex-atriz pornô.
O republicano ainda é réu em três processos diferentes, com dezenas de acusações. E, mesmo eleito, ele terá de ir a julgamento. Em um dos processos, Trump é acusado de tentar reverter de forma ilegal o resultado das eleições presidenciais de 2020.
O republicano é acusado ainda por 18 mulheres de crimes sexuais — três deles estupros — segundo um levantamento da rede de TV norte-americana ABC. Ele nega todos os casos.
Antes de chegar à Casa Branca, Trump construiu uma carreira empresarial de sucesso. O pai dele fez fortuna erguendo prédios nos bairros do Brooklyn e do Queens, em Nova York.
Em 1968, ele se formou em Economia na Escola Wharton da Universidade da Pensilvânia e, em seguida, sucedeu o pai no comando da empresa familiar.
Enquanto o pai dele construía casas para a classe média, Trump optou pelas torres luxuosas, hotéis, cassinos e campos de golfe. Já nos anos 1980, ergueu diversos empreendimentos em Nova York, incluindo a Trump Tower e o Trump Plaza.
A fama como grande empresário também fez com que ele fizesse aparições constantes na TV e no cinema. Nos anos 2000, apresentou a versão americana do programa “O Aprendiz”.
Como presidente, Trump foi criticado durante o primeiro mandato pela condução das políticas para o combate à pandemia de Covid-19 e pelo comportamento controverso.
Fonte: G1